A Faculdade de Economia da UFF, completando 71 anos de existência em dezembro de 2013, e sua trajetória demonstram as transformações marcantes por que passou durante as décadas de 1970, 1980 e 2000. Atualmente, na graduação oferece o curso de Ciências Econômicas com titulação em economista, com duração mínima e máxima de oito e 14 semestres respectivamente. Também merecem destaques o seu Programa de Pós-Graduação e suas atividades de pesquisas e extensão1.
Em 1969, dentro do contexto da Reforma Universitária, a Faculdade de Economia passou a denominar-se Faculdade de Economia e Administração da UFF2. Os seus antigos departamentos3 deram lugar aos novos departamentos de Economia, Administração, e Contabilidade4. Na década de 1970, professores e estudantes da faculdade se destacaram na atuação social e política, combatendo a ditadura então em curso5.
A história do currículo da faculdade é merecedora de destaque. Por algumas vezes, o curso reformulou o seu currículo, buscando equalizar possíveis desequilíbrios, adequando-o às necessidades para a inserção de seus estudantes no mercado de trabalho6, ou adotando um currículo inovador, baseado na perspectiva de conjunto, de forma pioneira como em 19827. Seu Programa de Monitoria foi instituído na década de 1980 proporcionando bolsas aos estudantes do curso, como forma de estimular a caminhada no meio acadêmico e docente. Também na década de 1980, vários professores solicitaram o regime de dedicação exclusiva, conforme o novo estatuto do magistério, possibilitando a formação dos primeiros núcleos de pesquisa dentro da faculdade, sendo pioneiro o de Economia Fluminense8.
Na década de 1990, dois outros programas ganharam destaques: o Pibic, Programa Institucional da Proppi, onde o estudante é vinculado a um projeto de pesquisa desenvolvida pelos professores doutores, com duração mínima de um e máxima de dois anos; e o Programa Especial de Treinamento (PET), criado em 1995, que oferece bolsas a estudantes a partir do terceiro e/ou do quarto período até o fim do curso, com o intuito de preparar o aluno para a pós-graduação9.
O Programa de Pós-Graduação em Economia da UFF, intitulado PPGE-UFF começou a ser organizado em 1986 e foi inaugurado em 1987, com o curso de Mestrado em Política Econômica10. O curso de Doutorado na mesma área foi inaugurado em 2003. O programa conta com 22 professores credenciados e 93 alunos, sendo 47 de doutorado e 46 de mestrado11. O PPGE está composto por cinco áreas: Macroeconomia e Política Econômica; Economia Política e História Econômica; Economia Social, Sustentabilidade e Desenvolvimento Produtivo; Mudança Estrutural e Domínio Conexo. Cada uma destas áreas tem vários núcleos e grupos de pesquisas onde são desenvolvidos os objetivos do programa.
O objetivo geral do PPGE-UFF é oferecer a seus estudantes uma sólida formação teórica básica articulada com diversos campos de especialização. Este objetivo permeia os cursos de Mestrado Acadêmico e de Doutorado, ambos com a mesma concepção teórica e pedagógica. Busca ainda atingir outros três objetivos mais específicos. Em primeiro lugar, os cursos têm especial preocupação e ocupação em contemplar as grandes escolas do pensamento dentro de um enfoque plural e crítico. Em segundo lugar, os cursos procuram oferecer aos alunos o instrumental básico que lhes permita acompanhar a discussão das principais linhas de desenvolvimento analítico da pesquisa contemporânea em economia. Finalmente, os cursos tratam de proporcionar aos alunos uma especialização em campos específicos do conhecimento através da estruturação de um significativo espectro de disciplinas optativas vinculadas às linhas de pesquisa existentes no Programa12. |
Na área de pós-graduação Lato Sensu, a Faculdade de Economia oferece o curso de MBA em Economia Empresarial, com carga horária total de 396 horas-aula13. Já na área da extensão14, desde 2002 o PPGE-UFF tem convênio com a Universidade de Siena (Itália), com o objetivo de promover um intercâmbio entre atividades de ensino e pesquisa realizadas nos respectivos programas de pós de Economia das instituições e possibilitar aos estudantes o aprofundamento do conhecimento econômico, social e cultural sobre diversas temáticas da área15. O convênio entre as universidades permite aos estudantes da Faculdade de Economia vivenciarem todos os anos minicursos de extensão oferecidos por professores da instituição italiana16. Por fim, vale destacar a importância da revista Econômica, publicação semestral do PPGE-UFF e que publica artigos e resenhas de pesquisadores de outras instituições e é caracterizada pela pluralidade temática e metodológica, dando ênfase à questões de policy, característica do intelectual público17.
Notas
1 PAULA, Maria de Fátima. A Universidade Federal Fluminense no cenário do Estado do Rio de Janeiro. Florianópolis: Insular, 2008, p. 169.
2 Essa mudança deveu-se porque foram criados na UFF naquele momento o curso de Administração, vários institutos e os centros universitários. A faculdade e seus cursos ficaram vinculados ao Centro de Estudos Sociais Aplicados (CES). Em 1995 os cursos de administração e Ciências Contábeis se desvincularam da Faculdade de Economia. (Cf. RODRIGUES, 2000, p. 39-40).
3 Os antigos departamentos eram Estudos Econômicos, Financeiros, Matemáticos e Sociais. (Cf. RODRIGUES, 2000, p. 39-40).
4 Ainda em 1969 ficou pronto o prédio anexo, localizado atrás da sede da Faculdade, destinado à abrigar as novas salas de aula da FEA. Nesse primeiro momento, o Departamento de Contabilidade oferecia disciplinas externas, mas não mantinha um curso. Já o primeiro vestibular para o curso de Administração ocorreu em 1970. (Cf. RODRIGUES, 2000, p. 40).
5 Esse papel fez com que o governo suspeitasse que ali pudesse ser um QG de pessoas simpatizantes do movimento comunista. Em 1976, o então coordenador do curso, professor Airton de Albuquerque, foi preso, vários alunos e professores foram perseguidos, outros pediram demissão. Foi um período de três anos de tensão e terror que só seria amenizado com a Lei de Anistia de 1979. (Cf. RODRIGUES, 2000, p. 44).
6 Em 1974 foi introduzido o sistema de pré-requisitos, o curso da noite passou a ter nove semestres e o da manhã, oito. Em 1976, o currículo ganhou novos conteúdos, com novas disciplinas optativas, novas eletivas e novas obrigatórias. Nessa Reforma Curricular, o curso matutino foi fechado, o curso noturno com nove semestres foi redefinido. A partir de então, o último semestre era composto somente por disciplinas optativas, o possibilitava aos estudantes
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