1 A criação e os primeiros passos da assessoria de imprensa da Universidade Federal Fluminense
Durante os anos de 1960, gradativamente, as assessorias de imprensa passaram a se constituir em importantes fontes de informações e apoio, assim como se tornava cada vez mais comum a presença de jornalistas distribuindo textos para a imprensa nos gabinetes de divulgação de órgãos públicos, geralmente chamados setores de relações públicas. Era o início de uma comunicação mais direta entre as empresas e a sociedade1, instrumento estratégico para o aumento da visibilidade pública da organização que avançou no final da década de 1970, com a volta da democracia e da liberdade de imprensa. Assim, a utilização dos veículos de comunicação em massa cresceu, porém o desenvolvimento, a profissionalização das assessorias ocorreu de fato na década de 1980, época em que também são implantadas as políticas de relacionamento com os veículos.2
O Setor de Imprensa e Relações Públicas (Sirp/GAR) da UFF foi criado nos anos de 1960 e vinculado ao Gabinete do Reitor entre 1963 e 1983. De acordo com alguns ex-funcionários e ex-assessores de comunicação social, o primeiro assessor da universidade foi o jornalista Charlie Cham que atuou durante esse período sem uma equipe de comunicação.3
2 O crescimento e consolidação da assessoria de Comunicação Social da UFF: Ascom e Nucs
No ano de 1983, o Sirp foi transformado em Assessoria de Comunicação Social (Ascom), composta por uma assessora de imprensa e uma equipe, que funcionava em duas salas no 7º andar da Reitoria, junto ao Gabinete do Reitor. Nesse período, o Setor de Jornalismo editava o Jornal Universitário, do qual participava quase toda a equipe, que ainda utilizava a máquina de escrever. Os releases eram entregues diretamente nas portarias das redações de jornais de Niterói e do Rio de Janeiro para que as informações sobre as atividades desenvolvidas pela universidade fossem divulgadas pela mídia.4 A organização do clipping, seleção de um conjunto de recortes de jornais diários, semanários e publicações especializadas, e seu envio ao reitor e aos pró-reitores era diário. A equipe da Ascom também contava com o Setor de Cerimonial e outro de Fotografia.5
A implantação dos meios eletrônicos nos anos 1990 propiciou o lançamento do UFF On-line, site de notícias da universidade, em 1999, e a implantação da Agência UFF de Notícias, boletim eletrônico produzido semanalmente pelo Setor de Jornalismo, em 2002. A Ascom transformou-se em Núcleo de Comunicação Social (Nucs), em 2003, mantendo-se vinculado ao Gabinete do Reitor.6 Sobre sua estrutura e atribuições, citamos a edição do jornal Momento UFF; a atualização do site de notícias; a produção de informativo visando à promoção da divulgação interna e externa, por meio da mídia, assim como à realização do atendimento aos jornalistas, todas elas realizadas pelo Serviço de Jornalismo. O Nucs também contava com o Serviço de Relações Públicas e Cerimonial que apoiava a organização de eventos acadêmicos e outros, e o Serviço de Propaganda e Marketing que desenvolvia projetos especiais para a universidade. A produção de vídeos institucionais ficava sob a responsabilidade do Serviço de Imagem, bem como a coordenação do trabalho fotográfico. O Serviço de Comunicação Eletrônica foi criado no ano de 2007, para atender às demandas relacionadas à atualização do site de notícias e da página principal da UFF; promoção da divulgação via internet, junto com o Serviço de Jornalismo; administração dos bancos de dados de professores/especialistas e de fotografia; e para responder aos e-mails encaminhados ao Nucs. O site dos Conselhos Superiores foi criado e mantido pela Divisão de Comunicação Eletrônica a partir de 2006, que em 2007, também passou a administrar toda a página principal da UFF, em parceria com a Superintendência de Tecnologia da Informação (STI).
3 A transformação do Nucs em Superintendência de Comunicação Social (SCS) e o seu desenvolvimento nos dias atuais
Com o processo de reestruturação da UFF, o Nucs foi transformado em Superintendência de Comunicação Social (SCS), vinculada à Reitoria, no ano de 2011, e dentre as modificações resultantes estava à incorporação da Unitevê.7
A SCS atende setores de toda a universidade que solicitam a divulgação de suas atividades, interna e externamente, produz material gráfico de apoio a eventos e campanhas institucionais, além de preparar e apresentar solenidades. Está organizada da seguinte maneira: Coordenação de Comunicação, com as Divisões de Jornalismo, Comunicação Eletrônica, Relações Públicas e Criação Gráfica; Coordenação de Produção de Imagem, com a Divisão de Imagem; e Coordenação Unitevê, com as Divisões de Programação, Exibição e Estúdio.8
A Divisão de Jornalismo atua no campo da divulgação dos projetos de ensino, pesquisa, extensão e das atividades complementares, seja interna e/ou externamente, mantendo a UFF na mídia e a comunidade universitária bem informada. O contato com os diversos veículos de comunicação do Rio de Janeiro e Niterói para divulgação de notícias, o atendimento a jornalistas e a permanente atualização do Banco de Fontes, criado em 1998, assim como a organização do clipping eletrônico, disponível no site UFF Notícias, e o clipping impresso, também acessível ao público em geral, por meio do Mural Eletrônico, são atividades cotidianas da divisão. Para informar as comunidades, o setor edita o Jornal da UFF. A SCS ofereceu suporte à Coordenação de Seleção Acadêmica (Coseac) na cobertura do vestibular até o ano de 2011, incluindo a divulgação de todas as etapas: reclassificações e também os concursos de transferência, reingresso e mudança de curso.9
A Divisão de Comunicação Eletrônica atualiza a divulgação sobre a UFF diariamente pela internet, a página principal da UFF, em http://www.uff.br; envia mensagens de interesse da comunidade universitária; administra diversas bases de dados, como o Banco de Fontes e listas de e-mail. O setor criou o Mural Eletrônico em 2009, com o objetivo de divulgar semanalmente os vídeos produzidos pela Coordenação de Produção de Imagem, e as notícias publicadas pela mídia.10
A equipe de profissionais da Divisão de Relações Públicas orienta e realiza cerimoniais nos eventos da UFF, utilizando as regras protocolares adotadas pelas instituições oficiais. Como condição necessária para execução de suas atividades, realiza uma permanente atualização do banco de ocupantes de cargos de direção na universidade e de outros setores da sociedade com os quais a instituição se relaciona. O setor atua em uma média de 70 eventos/ano, desenvolvendo atividades desde a etiquetagem, expedição de convites, redação e apresentação de cerimônias, recepção do público e autoridades, e orientação de comissões de formandos sobre a cerimônia de formatura.11 Desenvolve o Projeto Conheça a UFF, visando apresentar à instituição aos estudantes do ensino médio das escolas públicas e privadas, por meio da participação institucional em feiras de profissões nas escolas e visitas guiadas pela universidade.12
A Divisão de Criação Gráfica da SCS é responsável pela idealização de grande parte do trabalho gráfico produzido pela UFF, atendendo qualquer setor da UFF que deseje divulgar seu evento por meio de convites, fôlderes, cartazes ou peças diversas. Trabalha em contato permanente com o Núcleo de Imprensa Universitária (NIU), o que permite o planejamento com o conhecimento das condições técnicas disponíveis. Cabe ao setor, também, zelar pela identidade visual da universidade, por meio da qualidade do padrão gráfico e do uso da logomarca da instituição em todas as peças.13
A produção de programas jornalísticos, de vídeos institucionais, veiculados pela internet, em www.imagem.uff.br, e pela Unitevê, canal de TV universitário; e o estímulo à participação da comunidade acadêmica no sentido da difusão da produção científica são atribuições da Coordenação de Produção de Imagem.14
Nesses últimos anos, a SCS desenvolveu alguns novos produtos, como Painel Eletrônico (2011), informativo impresso UFF em Pauta (2012); Manual de Redação (2012); publicação eletrônica no site da universidade Revista da UFF (2012); Facebook (2012); Calendário Comemorativo (2013); além do perfil da UFF no Instagram e no Flickr (2014).
Leia o texto na íntegra aqui
Notas
1 DUARTE, Jorge Antônio Menna. Assessoria de Imprensa: o caso brasileiro. Revista Intercom, São Paulo, v. 24, n. 1, p. 79 – 105. jan./jun. 2001. Disponível em: <http://www.portcom.intercom.org.br/revistas/index.php/revistaintercom/article/view/1017/919>. Acesso em: 4 abr. 2014.
2 DUARTE, Jorge Antônio Menna. Assessoria de Imprensa: o caso brasileiro. Revista Intercom, São Paulo, v. 24, n. 1, p. 79 – 105. jan./jun. 2001. Disponível em: <http://www.portcom.intercom.org.br/revistas/index.php/revistaintercom/article/view/1017/919>. Acesso em: 4 abr. 2014.
3 Relatórios de Gestão do Núcleo de Comunicação Social da UFF (1998 a 2006).
4 Relatórios de Gestão do Núcleo de Comunicação Social da UFF (1998 a 2006).
5 Relatórios de Gestão do Núcleo de Comunicação Social da UFF (1998 a 2006).
6 Relatórios de Gestão do Núcleo de Comunicação Social da UFF (1998 a 2006).
7 Relatórios de Gestão do Núcleo de Comunicação Social da UFF (2011).
8 Relatórios de Gestão do Núcleo de Comunicação Social da UFF (2011).
9 Relatórios de Gestão do Núcleo de Comunicação Social da UFF (2011).
10 Relatórios de Gestão do Núcleo de Comunicação Social da UFF (1998 a 2006).
11 UFF. Portaria nº 45.235, de 21 de julho de 2011. Ratifica e aprova a reestruturação administrativa relativa à Superintendência de Comunicação Social (SCS). Boletim de Serviço, Niterói, RJ, 21 jul. 2011. Seção 2, p. 6.
12 UFF. Portaria nº 45.235, de 21 de julho de 2011.
13 UFF. Portaria nº 45.235, de 21 de julho de 2011.
14 UFF. Portaria nº 45.235, de 21 de julho de 2011.
1 Os dez primeiros anos da Uferj: a descentralização das bibliotecas e da documentação das unidades
A Uferj foi constituída no início da década de 1960, por meio da incorporação das faculdades e escolas, e durante os primeiros anos de sua trajetória, seu acervo bibliográfico e documental continuou a ser organizado e armazenado de forma descentralizada, sob a responsabilidade do diretor, do corpo administrativo e do(a) bibliotecário(a) nas dependências de cada unidade fundadora.1 Esse cenário se transformaria a partir da idealização e concretização do Núcleo de Documentação (NDC) da UFF.
2 A criação do Núcleo de Documentação (NDC) da UFF e o processo de centralização das bibliotecas e documentação na Universidade Federal Fluminense
O Núcleo de Documentação (NDC) da UFF foi idealizado em 1967, pelas professoras e bibliotecárias Hagar Espanha Gomes e Célia Ribeiro Zaher, com o objetivo inicial de modernizar as bibliotecas existentes na UFF, servir como espaço de estágio para os estudantes do curso de Biblioteconomia e Documentação e de trabalho para os estudantes e profissionais egressos do curso2.
O projeto de organização e estruturação do núcleo foi apresentado ao Conselho Universitário da UFF na sessão ordinária do dia 20 de agosto de 1969, pelo professor e bibliotecário Paulo Py Cordeiro, que fora designado para elaborá-lo, tanto pelas idealizadoras quanto pela direção da universidade. Suas atividades foram oficializadas em 22 de setembro de 1969, como órgão suplementar, responsável pela coordenação técnica e administrativa do sistema de Bibliotecas e Arquivos da UFF3, vinculado ao Gabinete do Reitor, através do artigo 17 do Estatuto da universidade, porém as atividades do núcleo já haviam sido iniciadas em 8 de maio daquele ano4, através da portaria 259. Dispunha da seguinte organização: Diretoria indicada pelo reitor; Secretaria Administrativa; Divisão de Serviços Técnicos, dividida em setores de Aquisição, de Registro e de Catalogação e Classificação; Divisão de Serviços Informativos, composta pela Seção de Documentação, Laboratório Reprográfico e pela Seção de Referência Geral e Legislativa, que tinha por função abrigar as coleções do Diário Oficial da União que ficavam armazenadas no 8º andar da Reitoria; e 14 bibliotecas setoriais, como a de Veterinária, Serviço Social — Niterói, Serviço Social – Campos dos Goytacazes, Medicina, Farmácia, Engenharia Metalúrgica, Engenharia, Educação e Letras, Economia e Administração, Direito, Central do Valonguinho, Ciências Humanas e Filosofia, Biomédica e Colégio Agrícola Nilo Peçanha5.
Diferentes cenários técnicos e administrativos se desenharam ao longo dos mais de 40 anos do NDC, sejam eles resultantes do desenvolvimento da área de biblioteconomia e gestão da informação, ou de transformações socioeconômicas e tecnológicas. Seu primeiro diretor foi o professor Paulo Py Cordeiro, que iniciou a estruturação do núcleo em 1969, mantendo-se no cargo até 1976. A partir desse momento, o trabalho ficou mais voltado para o diagnóstico dos desafios e demandas existentes e para a promoção de um intercâmbio entre as bibliotecas e aperfeiçoamento dos funcionários, por meio de cursos e especializações, numa tentativa de abrir caminho para uma melhor estruturação e consolidação do NDC.
3 O processo de estruturação e consolidação do Núcleo de Documentação da UFF
No final da década de 1970, todas as bibliotecas da UFF, tanto as localizadas em Niterói como no interior, foram visitadas por uma equipe do NDC, e durante esses contatos foi constatada a necessidade de atualização dos acervos e a falta de recursos apropriados para a efetivação do trabalho. No sentido de encaminhar soluções, foi implementado um plano de gestão que visava estruturar e interligar as bibliotecas, fortalecendo e atualizando seus acervos. Iniciou-se então o processo de reativação do Laboratório Reprográfico e a organização do catálogo de teses, dissertações e pesquisas. Nesse período, foi igualmente iniciada a prestação de serviços ao Departamento de Administração Escolar, com a produção de fotos de 16 mm e 35 mm, e realizado, de forma pioneira, o 1º Seminário de Bibliotecas Universitárias (SNBU), em 1978. A direção do NDC reuniu esforços para a transferência da biblioteca da Faculdade de Medicina para o Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap), disponibilizando um espaço mais amplo para realização de suas atividades, e a do próprio Núcleo de Documentação, que funcionava em apenas um andar da Reitoria, para o prédio em Jurujuba, também mais amplo6.
Entre 1978 e 1982, o NDC enfrentou dificuldades tanto de ordem material, quanto na condução de projetos mais progressistas, tendo em vista algumas dificuldades de ordem material para avançar na proporção que se desejava. Porém importantes objetivos foram alcançados com as realizações dos seminários internos (SNBU), o lançamento da “Revista do NDC”, e os convênios com o MEC-BID que permitiram a melhoria do acesso ao conjunto do acervo e sua adequação às necessidades dos usuários das bibliotecas. Nesse período, a UFF integrou-se ao sistema Bibliodata da Fundação Getúlio Vargas, organizou o banco de dados sobre a História fluminense, promoveu a seleção e manutenção de obras raras, assim como estabeleceu convênios com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), visando a melhorias na qualidade dos seus serviços e no atendimento aos usuários7.
Durante a década de 1980, o NDC não só manteve o funcionamento das rotinas já existentes como programou novas vertentes de trabalho, melhorando o reconhecimento, trato e manutenção dos gêneros documentais8. O arquivo da UFF foi dinamizado em 1985 com a transferência da documentação que se encontrava nas unidades de origem, já que, inicialmente, era composto pelos arquivos Intermediário e Permanente. Em 1989, foi criado o Arquivo Corrente, e em 1994, o Arquivo Especial, que objetivava fomentar a política interna para guarda, conservação e recuperação de filmes e fotografias como fontes a serem preservadas9. Naquele momento, também foi organizado e instalado o Laboratório de Conservação de Documentos. Cabe destacar que a ideia, não concretizada, de fundar o Museu da universidade surgiu pela primeira vez nessa década. No final dos anos de 1980, o foco das ações foi direcionado para a sedimentação até então desenvolvidos por seus antecessores, tanto internamente quanto perante a comunidade acadêmica.
O arquivo passou a existir com a denominação de Arquivo Central (AC), por intermédio da Norma de Serviço n. 409, de 30 de março de 1994. Após a institucionalização foram recolhidos ao AC os fundos documentais das Faculdades Isoladas existentes em Niterói, tais como a de Direito, Medicina, Odontologia, Farmácia, Serviço Social e Filosofia. Estas Faculdades foram unificadas e federalizadas em 1960, sob o nome de Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFERJ), tornando-se em 1965 a Universidade Federal Fluminense10. |
Em 1998, o arquivo da UFF foi transferido para Charitas, passando a contar com a Gerência de Arquivos, que, na década seguinte, foi denominada Divisão de Arquivos, e atualmente tem o nome de Coordenação de Arquivos (CAR), contando com as seguintes funções: coordenação e gerência de documentos da universidade, promoção de políticas de informações arquivísticas na UFF, por meio do Sistema de Arquivos, assim como promover a transferência de documentos produzidos pela UFF, independentemente do suporte. Também são atribuições do arquivo o assessoramento técnico aos setores e órgãos da universidade, a divulgação de seu acervo, bem como a viabilização ao acesso à informação11.
4 A modernização do NDC e a criação da superintendência
O início dos anos 1990 foi marcado por estudos e projetos para aperfeiçoar os sistemas operacionais do núcleo e controlar a qualidade de seu acervo e serviços. Para tal, foi desenvolvido um projeto em parceria com o Departamento de Administração da UFF e com o Serviço de Psicologia Aplicada da UFF (SPA), no sentido de preparar as equipes do NDC para as futuras mudanças nos sistemas de funcionamento do núcleo. Nesse contexto, como já destacamos, ocorreu a transferência do Arquivo Central para um espaço em Jurujuba, a realização de concursos públicos com a consequente entrada de novos funcionários e a criação da Biblioteca Central do Gragoatá (BCG) e do Centro de Memória Fluminense (CMF), ambos localizados no Campus do Gragoatá12. Observa-se, contudo, que durante esse período, o núcleo enfrentou algumas dificuldades relacionadas ao grande número de aposentadorias de seus funcionários, assim como as oriundas dos poucos recursos advindos dos repasses orçamentários do Ministério de Educação e da Cultura (MEC) no país. A despeito disso, seguiu mantendo o planejamento e ações até ter sua sede totalmente transferida para o Gragoatá.
Na sequência, inaugurou um período (1998 a 2003) de intensa atividade e experiência colaborativa com a Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos (Proac), à qual passou a estar vinculado. Essas experiências dinamizaram o planejamento e a execução de objetivos indispensáveis ao ensino, pesquisa e extensão, assim como proporcionaram a realização de eventos técnicos especializados para a capacitação de servidores e melhor atendimento aos usuários, convênios com a Capes para a compra de periódicos, a instalação de base de dados atualizada (Argonauta), a implantação do programa de obras raras, coordenado pelo Lacord em 2000, bem como a parceria com a Justiça Federal, visando ao desenvolvimento do projeto Tratamento da Informação Arquivística e Recuperação da Memória da Justiça Federal Brasileira, iniciado em 200313 e que teve por objetivo realizar o processamento técnico do acervo histórico da Justiça Federal do Estado do Rio de Janeiro. Este acervo incluiu documentos do Período Imperial até 1970, sendo considerado um dos acervos judiciais mais antigos do Brasil.
A informatização e modernização do núcleo, por meio de parcerias com a Proac, a Finep, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o Ministério da Ciência e Tecnologia, além do Plano de Desenvolvimento Institucional, ocorreram como prioridade nesse início dos anos 2000, assim como a capacitação e qualificação de pessoal, a ampliação do corpo técnico administrativo, o número crescente de participações em eventos científicos, e a organização de eventos e cursos sobre arquivos e documentação, também por meio dessas parcerias. Além disso, cabe destacar a reforma e construção de 18 unidades de informação e melhoria considerável no atendimento aos usuários. Em 2004, com o fim dos centros universitários, passou a incorporar o Serviço de Comunicações Administrativas (SCA), a que permaneceu vinculado até 201314.
Em março de 2011, com a Reforma Administrativa da UFF, o Núcleo de Documentação da UFF (NDC-UFF)15 passa a Superintendência de Documentação da UFF (SDC-UFF), com as seguintes atribuições:
É função do SDC proporcionar recursos informacionais e assessoria técnica na área de documentação, por meio de redes e sistemas integrados, facilitando o acesso à informação em nível nacional e internacional. Compete também à SDC apoiar os programas de ensino, pesquisa e extensão da Universidade e desenvolver serviços e produtos que atendam às necessidades de informação da comunidade acadêmica da UFF16.
No momento, a superintendência dispõe de 26 bibliotecas, 16 nas unidades de Niterói, duas no Coluni e outras oito nas unidades do interior; um Arquivo Central, o Centro de Memória Fluminense, e dois laboratórios: Laboratório de Reprografia (Lare) e o Laboratório de Conservação e Restauração de Documentos. Está estruturada administrativamente por um(a) Conselho Administrativo (CDL), Superintendência, Grupos Assessores Técnicos (GATs), Secretaria Administrativa (AS), Gerência Operacional de Tecnologia (GOT), Coordenação de Bibliotecas (CBI) e Coordenação de Arquivos (CAR)17. Destaca-se que cada biblioteca que compõe a superintendência reúne suas coleções de destaque e que a SDC é também responsável pela manutenção e conservação de obras raras e coleções, assim como pela catalogação e armazenamento dos trabalhos de fim de curso, dissertações e teses desenvolvidas pelos estudantes da Universidade Federal Fluminense.
Por fim, é importante ressaltar a implantação do convênio com a FAP-Finep, iniciado em 2008 visando à realização de projetos de infraestrutura com a Biblioteca Central do Gragoatá, como o projeto Livros e Leituras no Século XXI: Rede Multidisciplinar de Pesquisa da Grande Área de Ciências Humanas e Sociais. Esse programa visa à modernização técnica da Biblioteca Central do Gragoatá. Tem por finalidade tornar o atendimento da biblioteca mais ágil e eficaz e dar-lhe melhores condições para que a cultura da xerox seja abolida, a partir da aquisição de uma quantidade maior de obras para o acervo, ampliando dessa forma o acesso do estudante a toda obra e pondo fim às práticas ilegais de reprodução de obras18.
Leia o texto na íntegra aqui
Notas
1 COUTO, Ana Maria de Holanda de Sá et al. NDC 36 anos: um olhar sobre o passado e uma luz para o futuro. Niterói: NDC, 2006. p. 10.
2 NDC 30 anos: para que a história não se perca. NDC, Niterói, ano 9, n. 1, jan./abr. 2000. Disponível em:<http://www.ndc.uff.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1&Itemid=30>. Acesso em: 20 maio 2013.
3 COUTO, Ana Maria de Holanda de Sá et al., 2006, p. 14.
4 UFF. Regimento do Núcleo de Documentação: capítulo III, art. 3 e capitulo VII, art. 18.. Boletim de Serviço, Niterói, 22 set. 1975.
5 UFF. Superintendência de Documentação. Disponível em:<http://www.ndc.uff.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1&Itemid=30>. Acesso em: 20 maio 2013.
6 MAIA, Alice Barros. O Núcleo de Documentação da UFF na gestão 1976/78. NDC, Niterói, ano 9, n. 1, jan./abr. 2000. Disponível em: <http://www.ndc.uff.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1&Itemid=30>. Acesso em: 22 maio 2013.
7 SÁ, Elizabeth Schneider de. Para que a história não se perca II. NDC, Niterói, ano 9, n. 2, maio/dez. 2000. Discurso da diretora do NDC no período 1978/1982, por ocasião das comemorações dos 30 anos do Núcleo de Documentação. Disponível em: <http://www.ndc.uff.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1&Itemid=30>. Acesso em: 22 maio 2013.
8 Entre 1982 e 1986, o NDC foi dirigido pelo Prof. José Pedro Pinto Esposel.
9 ESPOSEL, José Pedro. Para que a história não se perca III: O NDC: 1983/1986. NDC, Niterói, ano 10, n. 1, jan./jul. 2001. Disponível em: <http://www.ndc.uff.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1&Itemid=30>. Acesso em: 22 maio 2013.
10 UFF. Coordenação de Arquivos. Disponível em: <http://www.arquivos.uff.br/index.php/iniciar-aqui/breve-historico-da-car>. Acesso em: 25 mar. 2014.
11 UFF. Coordenação de Arquivos. Disponível em: <http://www.ndc.uff.br/content/coordena%C3%A7%C3%A3o-de-arquivos>. Acesso em: 25 mar. 2014.
12 Entre 1991 e 1996, o NDC foi dirigido pela Profa. Regina Celia Pereira da Rosa. Cf. COUTO, Ana Maria de Holanda de Sá et al., 2006, p. 38-43.
13 COUTO, Ana Maria de Holanda de Sá et al., 2006, p. 43-45.
14 COUTO, Ana Maria de Holanda de Sá et al., 2006, p. 46-50.
15 UFF. Superintendência de Documentação. Disponível em:<http://www.ndc.uff.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1&Itemid=30>. Acesso em: 22 maio 2013.
16 UFF. Superintendência de Documentação. Disponível em: <http://www.ndc.uff.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1&Itemid=30>. Acesso em: 22 maio 2013.
17 Dentre as 26 bibliotecas da UFF, destacamos a Biblioteca Central do Gragoatá, a do Instituto de Física, a de Geociências e a do Valonguinho. Essas são as bibliotecas que têm acervo mais abrangente em cada uma das suas áreas do conhecimento. Cf. UFF. Superintendência de Documentação. Disponível em: <http://www.ndc.uff.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1&Itemid=30>. Acesso em: 22 maio 2013.
18 FAP. FINEP. Formulário para a apresentação de propostas FAP. Disponível em: <file:///C:/Documents%20and%20Settings/Administrador/Meus%20documentos/Downloads/FAP-Finep-Ci%C3%AAncias%20Humanas-uff.pdf>. Disponibilizado pela Profa. Dra. Gizlene Neder, ago. 2014.
1 O Núcleo de Processamento de Dados da Universidade Federal Fluminense
A década de 1970 foi marcada pelo crescimento da informatização do Brasil, por meio da empresa norte-americana, chamada International Business Machines (IBM). Seguindo esse fluxo, em julho de 1970, o Instituto de Matemática da UFF acolheu o Núcleo de Processamento de Dados (NPD), baseado nesta empresa, composto por um computador IBM 1130 modelo 2 B, com 8k de memória e uma impressora IMB 1132 e uma leitora/perfuradora de cartões IBM 1442, visando assistir a universidade nas áreas de ensino, pesquisas, administração escolar1.
Esse novo núcleo, por meio de demonstrações periódicas, despertou o interesse de alunos e professores da universidade e de alunos do ensino médio na área da computação eletrônica. Com o tempo, conforme a demanda por parte de professores e alunos, foram criados cursos extras, principalmente em Fortran (família de linguagem da computação), dando-lhes condições de utilizar o computador para fins acadêmicos como projetos, teses, pesquisas2.
O software concedido pela IBM continha programas que não necessitavam de um conhecimento de programação como Stress (aplicação da engenharia civil), Congo (civil e topografia, solução de problemas de coordenadas geométricas) e o Load-Flow (cálculo de fluxos de cargas em sistemas de energia elétrica). É importante ressaltar que o uso dessa tecnologia representou um grande avanço na área do vestibular, facilitando bastante a organização das inscrições e matrículas. Nesse mesmo período foi desenvolvido um sistema de Folha de Pagamento para professores e funcionários técnico-administrativos. No segundo semestre de 1972, devido ao sucesso do centro e objetivando uma modernização para acompanhar o desenvolvimento tecnológico pelo qual o Brasil estava passando, o NPD recebe um espaço maior, dividido em áreas para atendimento a alunos e salas para análise, programação, computação e periféricos3.
Em 1973, a demanda aumentou ainda mais, e a tecnologia oferecida pelo NPD começou a não comportar a quantidade de trabalhos, além de demonstrar atraso (lentidão, pouca memória), gerando insatisfação na comunidade universitária que passou a pedir melhores recursos. É a partir desse momento que a UFF recorre à Comissão de Coordenação do Processamento Eletrônico (Capre), do Ministério do Planejamento, buscando aprovação para adquirir um equipamento de maior porte. E uma comissão de usuários e técnicos visando debater a respeito dos problemas da área é instituída4.
De 1975 a 1976, o NPD é definido como órgão suplementar da estrutura da universidade, e seu regimento foi aprovado através da resolução 136/75. Por meio do NPD e liderada pela Capre, a UFF envolve-se num trabalho objetivando implantar um Centro Regional de Computação que atenderia atividades de ensino e pesquisa do Grande Rio. O número de funcionários aumentou de dez para 23, muitos deles frutos dos próprios cursos oferecidos pela UFF5.
Nos anos de 1977 e 1978, por meio de um convênio Capre/Finep, a UFF obtém um equipamento de médio porte, com o objetivo de melhorar a funcionalidade, o novo computador, e tudo o que continha nele foi enviado para a Academia Militar das Agulhas Negras. Era implantado no NPD um sistema de Account, que consentia aos professores e alunos acessar, de forma individual, o sistema, por meio da abertura de uma conta a fim de controlar a utilização6.
Em 1981, a comissão permanente de Assessoramento do Programa Nacional de Centros da Informática (PNCI) torna formal a transferência de equipamentos e disponibiliza à UFF, em regime de comodato pelo Banco do Brasil, novos equipamentos. O Instituto de Física consegue da Secretaria Especial de Informática (SEI) a autorização para obter um minicomputador nacional. Devido ao acordo de comodato, em 1982 o NPD recebe um equipamento mais avançado, com mais memória e outros recursos, possibilitando um avanço tecnológico, porém ainda muito aquém da tecnologia brasileira7.
2 A Superintendência de Tecnologia e Informação da Universidade Federal Fluminense
Entre os anos de 1983 e 1985, o NPD adquiriu novos equipamentos, devolveu alguns, mas avançou significativamente no quesito tecnologia e instalação de unidades colaboradoras. Naquele momento foi criada a área de Organização e Métodos, sob supervisão do assistente do diretor do NPD. No ano de 1988, mesmo com todas as dificuldades, escassez de recursos, proibição de novas contratações e muitas outras mais, o NPD conquistou melhorias nos recursos computacionais, espalhou mais a cultura da informática, ampliou na UFF a rede de terminais conectados aos seus computadores de grande porte e implantou a tecnologia on-line para o desenvolvimento de suas aplicações8.
Na esfera de ensino e pesquisa, o NPD criou o Laboratório de Atendimento aos Professores, Pesquisadores e Alunos de Pós-Graduação, Graduação e Extensão, com apoio da gestão do reitor Hildiberto Ramos Cavalcanti de Albuquerque Júnior e do pró-reitor de Planejamento Luiz Pedro Antunes (1986-1990). Em abril de 1988, foi inaugurada a sala de cursos do NPD com capacidade de 25 alunos, equipada com microcomputador compatível com o PCXT e terminais de vídeo, conferida para uso compartilhado, pelo diretor do Instituto de Matemática Cícero Mauro Fialho Rodrigues. Em 1989, o NPD já contava com 31 softwares instalados à disposição de professores e pesquisadores e com um Sistema Integrado Acadêmico, visando acompanhar de maneira rápida e segura toda a vida acadêmica dos alunos, incluindo dados pessoais, plano de estudos, currículo do curso, cadastro de disciplinas, desempenho acadêmico, dentre outros. E, de fato, logrou êxito, facilitando bastante a vida dos discentes9.
Já no início dos anos 1990, contava também com primeira versão de sistemas on-line com tecnologia de hardware IBM e os softwares Supra, Mantis e Cobol10. Durante essa década, se deu em todo país a intensificação da informatização, culminando em pouco tempo com a informatização de sistemas. Também, a partir de 1995, a UFF, por meio do NPD, estabeleceu na Reitoria a rede de fibra ótica, que logo a seguir articulou-se à Rede Rio. Essa inovação foi importante para a universidade porque permitiu a interligação e melhor comunicação entre os campi, inclusive com o interior. O NTI foi o núcleo que realizou o estabelecimento de toda a rede de telefonia da universidade.
Desta forma, o NTI passou a ser constituído pelos seguintes setores: Diretoria-Geral, Assessoria de Projetos, uma Secretaria-Geral, um Apoio Administrativo, uma Comissão de Desenvolvimento de Novas Tecnologias, uma Comissão de Concursos e Serviços, duas gerências, uma Assessoria de Suporte ao Banco de Dados, seis divisões com 18 serviços. Criado como órgão técnico, tinha por finalidade assessorar o reitor e os órgãos competentes nos assuntos relacionados a informática, comunicação de dados e de voz no âmbito da UFF, como o gerenciamento dos recursos das redes de computadores; desenvolvimento e manutenção de sistemas computacionais de interesse da universidade; implantação de recursos computacionais de comunicação de dados, voz e imagem compatíveis com informatização das atividades acadêmico-administrativas da universidade, permitindo sua agilização e o seu acompanhamento pelos usuários interessados; manutenção preventiva e corretiva dos sistemas e equipamentos computacionais; execução de atividades, programas e/ou projetos de pesquisa e desenvolvimento, bem como manter relacionamento de cooperação e intercâmbio técnico-científico com entidades, nacionais e internacionais, mediante convênios, contratos e demais acordos pertinentes, dentre outras atividades da área11.
Em 2011, dentro do contexto de reestruturação da universidade, através da Decisão nº 38/2011 e pela Resolução nº 15/2011, ambas de 27 de abril de 2011, do Egrégio Conselho Universitário, o Núcleo de Tecnologia passa a Superintendência de Tecnologia da Informação (STI), criada pela portaria nº 44.338, de 31 de março de 2011, a partir das Decisões GAR nº 07/2010, de 13 de outubro de 2010, e nº 01/2011, devido à fragmentação da Proplan12.
A STI ficou responsável por administrar a infraestrutura de software e hardware da universidade, além de projetar e pôr em prática a política de informática da UFF. Além disso, deve pesquisar, desenvolver, executar e participar de projetos em tecnologia de informação e serviços de informática tanto dentro da UFF, como em associação com municípios e estados, além de conseguir recursos por meio de projetos, consultoria e serviços em TI, função que cumpre até os dias atuais13.
Por fim, destaca-se a parceria entre a UFF e a Prefeitura de Niterói que, em parceria, realizam projetos na área. Um dos exemplos dessa parceria é a execução do projeto Niterói Digital que passou a oferecer o sinal de WiFi em praças da cidade, para oferecer inclusão digital aos moradores da cidade.
Notas
1UFF. Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos (PROAC). Catálogo geral. Niterói, 1985, p. 18-23.
2UFF, 1985, p. 18-23.
3UFF, 1985, p. 18-23.
4UFF, 1985, p. 18-23.
5UNIVERSIDADE Federal Fluminense. Indicador da estrutura organizacional da Universidade Federal Fluminense. Niterói: CEUFF, 1978.
6UFF, 1985, p. 18-23.
7UFF, 1985, p. 18-23.
8UFF, 1985, p. 18-23.
9UFF. Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos (PROAC). Catálogo geral. Niterói, 1991, p. 34.
10UFF. Pró-Reitoria de Planejamento (PROPLAN). Proposta de reestruturação organizacional e tecnológica do Núcleo de Tecnologia da Informação e Comunicação da Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2005, p. 5-8.
11UFF. Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos (PROAC). Catálogo geral. Niterói, 1991, p. 28.
12UFF. Gabinete do Reitor (GAR). Portaria nº 45 247, de 21 de julho de 2011. Ratifica e aprova a reestruturação administrativa da STI. Diário Oficial [da] Republica Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 21 jul. 2011.
13UFF. Superintendência de Tecnologia da Informação (STI). Atribuições da Superintendência de Tecnologia e Informação e os setores que a compõem. Disponível em: <http://www.sti.uff.br/sites/default/files/STI%20-%20Atribui%C3%A7%C3%B5es.pdf>. Acesso em: 3 nov. 2014.